Acção Social nas Universidades privadas: uma realidade pouco conhecida
Núria Ferraz estuda Relações Internacionais na Universidade Lusíada do Porto
Em tempos de austeridade económica, se os alunos da Universidade Pública ressentem as dificuldades de tirar um curso superior, como será a realidade nas faculdades privadas? Será que os estudantes sabem ara onde vai o dinheiro que é pago em propinas? O Impressão foi procurar responder a essas e outras questões.
Nem só o ensino superior público recebe apoios do Estado: as universidades privadas também. Na Universidade Lusófona do Porto (ULP) existe um gabinete específico para a acção social, o Serviço de Acção Social aos Estudantes (SASE). A ULP recebe apoios para bolsas de estudo por parte da Direcção Geral do Ensino Superior (DGES). Assim, a função deste gabinete é a ajuda às candidaturas a bolsa dos alunos da universidade. Alexandra Pinto é uma das funcionárias do SASE da Universidade Lusófona. Segundo a mesma, mais de 1/3 dos alunos da Lusófona do Porto são candidatos a bolsa, adiantando valores: “neste momento temos 518 alunos que se candidataram à bolsa, embora ainda vá existir uma 3ª fase, e muito provavelmente mais candidaturas”. A Universidade Lusófona dá a possibilidade aos alunos de apenas pagarem as propinas após saberem o resultado das candidaturas a bolsa, ou seja, o índice de alunos que não pagam propinas até Dezembro é muito alto na ULP, sendo das poucas privadas a dar essa opção. Quando questionada acerca do nível de desistência dos alunos após saberem se são bolseiros ou não, Alexandra Pinto disse que não era muito significativo esse número de alunos. Para um aluno ser considerado com carências económicas tem de ter uma capitação inferior a 503,06€ (per capita). Por exemplo, “um aluno que tenha de capitação o valor de 503€, já inferior a 503,06€, terá de bolsa cerca de 48€, que é a bolsa mínima”, explica a funcionária. Neste serviço de ação social existe também a “Cooperação Africana”, isto é, um apoio aos alunos de origem africana que se traduz na redução de propinas, mediante a situação familiar desses estudantes – “no ano passado eram cerca de 70 alunos que beneficiavam desse apoio”, refere Alexandra, e continua: “temos um caso excepcional de um aluno invisual, de origem africana, que por ser muito esforçado e com elevadas carências económicas, no âmbito desse programa de Cooperação Africana, foi isento de pagar qualquer propina”. Existem outros apoios, nomeadamente protocolos com associações, sindicatos e até municípios, como por exemplo, estudantes que sejam filhos de PSP ou GNR terão 30% de redução nas propinas da Universidade Lusófona. Apesar de se tratar de uma instituição privada, há extremos de necessidades económicas, como afirma Alexandra Pinto: “Já tivemos casos de alunos a virem pedir apoio alimentar. O que fizemos foi encaminhá-los para instituições de solidariedade social”, conta. Mas acrescenta: “No início perguntava-me como é que pessoas a viver do rendimento social de inserção vinham estudar para uma universidade privada. Agora entendo essa situação, porque os alunos não têm outra opção, visto que não entram nas universidades públicas que têm médias de acesso muito altas”. Núria Ferraz é uma jovem estudante de 19 anos. A cursar Relações Internacionais na Universidade Lusíada do Porto, Núria decidiu estudar lá porque a sua irmã estuda Arquitectura, no 2º ano de licenciatura, na mesma universidade. A estudante entrou no ano lectivo de 2010/2011, e pensa que a sua faculdade lhe oferece boas condições de estudo. O valor de propinas pago pela jovem é de 288€ por mês, embora esta não faça “a mínima ideia para onde vai o dinheiro e onde é aplicado”, explica.
Nem só o ensino superior público recebe apoios do Estado: as universidades privadas também. Na Universidade Lusófona do Porto (ULP) existe um gabinete específico para a acção social, o Serviço de Acção Social aos Estudantes (SASE). A ULP recebe apoios para bolsas de estudo por parte da Direcção Geral do Ensino Superior (DGES). Assim, a função deste gabinete é a ajuda às candidaturas a bolsa dos alunos da universidade. Alexandra Pinto é uma das funcionárias do SASE da Universidade Lusófona. Segundo a mesma, mais de 1/3 dos alunos da Lusófona do Porto são candidatos a bolsa, adiantando valores: “neste momento temos 518 alunos que se candidataram à bolsa, embora ainda vá existir uma 3ª fase, e muito provavelmente mais candidaturas”. A Universidade Lusófona dá a possibilidade aos alunos de apenas pagarem as propinas após saberem o resultado das candidaturas a bolsa, ou seja, o índice de alunos que não pagam propinas até Dezembro é muito alto na ULP, sendo das poucas privadas a dar essa opção. Quando questionada acerca do nível de desistência dos alunos após saberem se são bolseiros ou não, Alexandra Pinto disse que não era muito significativo esse número de alunos. Para um aluno ser considerado com carências económicas tem de ter uma capitação inferior a 503,06€ (per capita). Por exemplo, “um aluno que tenha de capitação o valor de 503€, já inferior a 503,06€, terá de bolsa cerca de 48€, que é a bolsa mínima”, explica a funcionária. Neste serviço de ação social existe também a “Cooperação Africana”, isto é, um apoio aos alunos de origem africana que se traduz na redução de propinas, mediante a situação familiar desses estudantes – “no ano passado eram cerca de 70 alunos que beneficiavam desse apoio”, refere Alexandra, e continua: “temos um caso excepcional de um aluno invisual, de origem africana, que por ser muito esforçado e com elevadas carências económicas, no âmbito desse programa de Cooperação Africana, foi isento de pagar qualquer propina”. Existem outros apoios, nomeadamente protocolos com associações, sindicatos e até municípios, como por exemplo, estudantes que sejam filhos de PSP ou GNR terão 30% de redução nas propinas da Universidade Lusófona. Apesar de se tratar de uma instituição privada, há extremos de necessidades económicas, como afirma Alexandra Pinto: “Já tivemos casos de alunos a virem pedir apoio alimentar. O que fizemos foi encaminhá-los para instituições de solidariedade social”, conta. Mas acrescenta: “No início perguntava-me como é que pessoas a viver do rendimento social de inserção vinham estudar para uma universidade privada. Agora entendo essa situação, porque os alunos não têm outra opção, visto que não entram nas universidades públicas que têm médias de acesso muito altas”. Núria Ferraz é uma jovem estudante de 19 anos. A cursar Relações Internacionais na Universidade Lusíada do Porto, Núria decidiu estudar lá porque a sua irmã estuda Arquitectura, no 2º ano de licenciatura, na mesma universidade. A estudante entrou no ano lectivo de 2010/2011, e pensa que a sua faculdade lhe oferece boas condições de estudo. O valor de propinas pago pela jovem é de 288€ por mês, embora esta não faça “a mínima ideia para onde vai o dinheiro e onde é aplicado”, explica.